10 de jun. de 2010

Textos do Informativo da Ouvidoria

Ouvidoria: mais do que ouvir o usuário, ser a voz do cidadão.


No dia 1º de julho de 2010, a Ouvidoria Educacional completa um ano de funcionamento. Apesar das dificuldades de implantação do instituto de Ouvidoria e  da disseminação da cultura da reclamação na gestão pública, contabilizamos até hoje 437  manifestações, e já colhemos resultados em  melhoria de processos de trabalho. Melhor ainda, temos percebido que o cidadão sente uma proximidade maior com a SEMED.
Em todo o país, a figura do profissional de ouvidoria tem seu papel difundido aos poucos nos setores público e privado, assegurando ao usuário o direito de se manifestar perante a administração pública ou empresa, seja por meio de elogios, sugestões, reclamações etc.
A importância da ouvidoria e seu papel em uma instituição está sendo gradativamente compreendida, e deve ser vista como um processo lento, gradual que envolve aprendizado e compreensão, principalmente porque permanecem aspectos conflituosos que dificultam o trabalho das ouvidorias.
A ouvidoria, por intermédio do ouvidor, tem a atribuição de receber as manifestações dos cidadãos, apurar, investigar, mediar, identificar causas, a sua procedência e os meios para solucioná-los, ou, se isto não for possível, explicar o porque, amparado principalmente pela legislação. Também é seu papel sugerir e propor medidas corretivas para o aperfeiçoamento dos serviços prestados à população.
Ao se consolidar as iniciativas de ouvidoria no ambiente público, fica evidente a carência da compreensão teórica, técnica e operacional dos conceitos, serviços e formas de acesso à gestão de informação concernentes ao universo dessa atividade.  Abaixo citamos alguns exemplos:


SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente _ é um serviço de relacionamento com o usuário, presencial ou à distância, destinado ao contato por meio de processo de trabalho pré-estabelecido (scripts) e que trata questões ou problemas de maior complexidade. Caracteriza pela impessoalidade, não desenvolve personalíssimo, nem promove a tomada de decisão interna da instituição em virtude do conteúdo do atendimento. Geralmente o SAC é usado como serviço de contato pós-venda.


Fale Conosco_ comum na internet, procura uma maior aproximação com o usuário, permite o tratamento mais específico dos problemas, mas raramente intermedeia soluções que extrapolem o poder decisório do gerente do atendimento. Procura registrar os contatos e dar uso estatístico às informações tratadas, no entanto não tem função de propor alterações na gestão estratégica da instituição.


Ouvidoria_ em geral atua no pós-atendimento, na mediação de conflitos entre o cidadão e a instituição. Procura personalizar o atendimento ao usuário e individualizar o tratamento da mensagem. O registro dos contatos serve para geração de dados estatísticas que promovam alterações nos processos internos de trabalho e no comportamento dos profissionais responsáveis.A diferença está na forma de agir, acolher as pessoas, encaminhar, apurar e utilizar as informações.  A ouvidoria deve ser vista como uma aliada estratégica, cabe a ela fornecer subsídios colhidos por meio de seu contato direto com o usuário para melhorar as relações entre este e a instituição. A conduta da ouvidoria deve garantir a possibilidade dos cidadãos manifestarem-se por meio de um canal de contato que preserve o sigilo, respeite a Constituição Federal e as regras e leis que regem o serviço/produto, neste caso a Educação. Cada manifestação deve ser vista como uma nova possibilidade de prevenir e solucionar eventuais conflitos, promovendo o entendimento, a promoção da cidadania e dignidade, desenvolvendo o exercício da mediação baseado em técnicas e regras para o entendimento entre as partes envolvidas na situação. Talvez, não caiba afirmar que “o cliente tem sempre razão”, mas a Ouvidoria veio para refletir a idéia muitas vezes esquecida de que “o cliente pode ter razão”.

Textos do Informativo da Ouvidoria

Relato de Experiência
 E.M. João Severino de Azevedo


 A Escola Municipal João Severino de Azevedo desenvolve o Projeto de Educação Sexual a muitos anos, de forma dinâmica e empenho dos professores que já participaram da formação através do CRPE.
As oficinas são realizadas com um grupo de jovens e estes repassam as informações para os demais alunos da escola. Nas oficinas acontecem palestras, debates, dinâmicas, confecção de cartazes e troca de experiências com temas diversos: afetividade, sexualidade, abusos e violência sexual, valores, gravidez precoce, drogas e ainda Cidadania e Mundo do Trabalho.
A escola acredita nesse projeto que tem por objetivo maior a promoção do desenvolvimento pessoal e social dos jovens, tornando-os cidadãos críticos e conscientes dos direitos e deveres de uma sociedade.
A comunidade escolar tem colhido resultados enormes, como melhor comportamento dos alunos no relacionamento uns com os outros e também a redução de gravidez entre as alunas, apesar de não termos dados estatísticos de gravidez  precoce na região.
A escola acredita que a Educação Sexual favorece o desenvolvimento de pessoas mais livres e humanas.
 Por isso apostamos nessa ideia!
 Acesse o Blog: emjoaoseverinodivinopolis.wordpress.com
Simone Dioracy Maia
Diretora Pedagógica
 E. M. João Severino de Azevedo
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Como procurar ajuda e orientação em caso de suspeita de abuso sexual:

Em Divinópolis:
Conselho Tutelar  3222-1908
CDMDA - Conselho dos Direitos da Criança e Adolescentes  3221-1860
Serviço Sentinela-Enfrentamento à Violência, ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – 3212-3600
Disque Direitos Humanos ( Estadual) 0800 031 11 19
Disque 100 ( Nacional)
A ligações são gratuitas e sua identidade é mantida em sigilo.

Textos do Informativo da Ouvidoria



Editorial



No dia-a-dia a Ouvidoria tem sido parceria de algumas escolas nas questões ligadas  a abuso e violência sexual de crianças e adolescentes.
Firmando ainda mais a parceria, preparamos este informativo sobre o tema, com o objetivo de formar e informar professores e gestores  no enfrentamento dessa situação nas escolas, já que esse tema   ainda é tabu em nossa sociedade.
Denunciar ou não denunciar, eis a questão.
Nos casos de abuso e exploração sexual a denúncia é a primeira barreira a ser vencida e a arma mais poderosa para protegermos nossas crianças.
Por outro lado é fundamental investir na formação do professor. Acreditamos  ser essa a maior dificuldade para a entrada do tema de forma efetiva e completa nos currículos escolares. Fica aqui a sugestão.               
                                                                                                    Ouvidoria Educacional
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Formação em educação sexual: possibilidades de transformação


Falar sobre educação sexual é antes de tudo, falar sobre sexualidade.
A sexualidade é um atributo humano, que integra aspectos físicos, psíquicos e sócio-culturais. Está presente nos desejos e na fantasia, manifestando-se por meio dos sentidos, no gesto, no toque, na voz, nas sensações. Impregnada de emoções, é construída pela história pessoal de cada um, num determinado contexto social e compõe sua maneira de ser, participando da afirmação de sua identidade.
Educação sexual – educar para a sexualidade - também é papel da escola, já que a instituição familiar muitas vezes não é capaz de cumpri-lo satisfatoriamente. A escola é local privilegiado de educação sexual formal e articulada, onde crianças e adolescentes permanecem grande parte de seu tempo. Além disso, outros agentes de educação não estruturada, como a mídia, dificilmente são capazes de promover senso de auto-responsabilidade e compromisso com a própria sexualidade.
Ao contrário do que se possa pensar, avaliações de programas de educação sexual em vários países confirmam o adiamento do início da vivência sexual e aumento do uso do preservativo para quem tem vida sexual ativa. Ignorar informações e conhecimentos sobre a sexualidade não impedem a manifestação pulsional - a energia forte e mobilizadora que impulsiona o ser em direção ao mundo das relações - mas deixa o sujeito ainda mais vulnerável.
Pesquisas demonstram que o professor considera importante trabalhar com a educação para a sexualidade, mas por que a maior parte deles se distancia da abordagem desse tema? Por que o assunto ainda não é trabalhado transversalmente, permeando todas as disciplinas do currículo escolar? Por que o silêncio de muitos professores ainda se perpetua diante de situações como o abuso sexual? 
O abuso sexual é uma das formas de violência praticada contra crianças e adolescentes, e em sua maioria, acontece dentro do ambiente familiar e sua etiologia envolve, entre outros fatores, problemas relacionados ao desenvolvimento da sexualidade e à complexa dinâmica familiar.
A formação deficiente é um dos grandes entraves do professor para lidar com esta e outras questões que envolvem a sexualidade. A dificuldade em lidar com a educação sexual indica ainda um obstáculo pessoal, comum a todo ser humano, em lidar com a intensidade da força pulsional, que muitas vezes atua em discordância com o racional.
A formação continuada em sexualidade implica não só na aquisição de conhecimentos e informações, mas engloba o trabalho com a própria sexualidade. Possibilita uma ampliação da capacidade de pensar e refletir, rever posturas e condutas, tabus e preconceitos. Favorece o reconhecimento de comportamentos e sintomas, em crianças e adolescentes, que possam indicar problemas relacionados à sexualidade ou experiências de violência, como o abuso sexual.
O conhecimento técnico em sexualidade é mediador imprescindível para o trabalho como educador sexual, mas é somente mediador. A maior busca deve ser aquela que nos distancia efetivamente da ignorância, ou seja, do desconhecimento de nós mesmos.
Michelle Diniz da Mata _Psicóloga PAS-CRESST _ Educadora Sexual

Textos do Informativo da Ouvidoria

A Escola na Defesa dos direitos das Crianças e Adolescentes vítimas de Violência Sexual.


Dia 18 de maio  comemora-se o Dia do Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A denúncia  e a formação dos professores  ainda é a melhor arma.
No cotidiano escolar situações  que envolvem violência  sexual não são raras.É comum gestores  e professores não saberem qual melhor atitude a tomar. Em relação às formas de apresentação, a violência contra crianças e adolescentes pode ser classificada como: negligência, violência física, violência psicológica e violência sexual. Dentre essas diversas formas de violência a mais perturbadora é, inegavelmente, a violência sexual, que, embora identificada como fenômeno antigo, só passou a ser considerada problema social a partir do século XX, quando foi inserida no contexto dos direitos humanos e considerada responsável por sérias conseqüências, como o comprometimento do desenvolvimento físico, psicológico e social de suas vítimas. A violência sexual apresenta-se, em geral, pelo abuso e pela exploração sexual.
 O Abuso Sexual é todo ato ou jogo sexual, relação hetero ou homossexual entre um ou mais adultos e uma criança ou adolescente, tendo por finalidade estimular sexualmente essa criança  ou esse adolescente  ou utilizá-lo para obter  estimulação sexual de sua pessoa ou de outra pessoa. O agressor pode se impor por força ameaça ou indução da vontade da vítima. O abuso sexual compreende uma série de situações que estão localizadas em um continuum que muitas vezes dificulta o estabelecimento dos limites  entre o aceitável e o inaceitável, especialmente  em uma cultura como a nossa, que sexualiza a infância.  A Exploração Sexual de crianças e adolescentes  é uma forma de violência sexual que se caracteriza pela obtenção de vantagem ou proveito, por pessoas ou redes, a partir  do uso (abuso) do corpo de crianças e adolescentes, com base em relação mercantilizada e de poder. Vale ressaltar o fato de que, independentemente do contexto, todas as formas de violência sexual constituem abuso, entre elas: Prostituição Infantil, Turismo Sexual e Pornografia.
Maria Isabel da Silva