10 de jun. de 2010

Textos do Informativo da Ouvidoria



Editorial



No dia-a-dia a Ouvidoria tem sido parceria de algumas escolas nas questões ligadas  a abuso e violência sexual de crianças e adolescentes.
Firmando ainda mais a parceria, preparamos este informativo sobre o tema, com o objetivo de formar e informar professores e gestores  no enfrentamento dessa situação nas escolas, já que esse tema   ainda é tabu em nossa sociedade.
Denunciar ou não denunciar, eis a questão.
Nos casos de abuso e exploração sexual a denúncia é a primeira barreira a ser vencida e a arma mais poderosa para protegermos nossas crianças.
Por outro lado é fundamental investir na formação do professor. Acreditamos  ser essa a maior dificuldade para a entrada do tema de forma efetiva e completa nos currículos escolares. Fica aqui a sugestão.               
                                                                                                    Ouvidoria Educacional
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Formação em educação sexual: possibilidades de transformação


Falar sobre educação sexual é antes de tudo, falar sobre sexualidade.
A sexualidade é um atributo humano, que integra aspectos físicos, psíquicos e sócio-culturais. Está presente nos desejos e na fantasia, manifestando-se por meio dos sentidos, no gesto, no toque, na voz, nas sensações. Impregnada de emoções, é construída pela história pessoal de cada um, num determinado contexto social e compõe sua maneira de ser, participando da afirmação de sua identidade.
Educação sexual – educar para a sexualidade - também é papel da escola, já que a instituição familiar muitas vezes não é capaz de cumpri-lo satisfatoriamente. A escola é local privilegiado de educação sexual formal e articulada, onde crianças e adolescentes permanecem grande parte de seu tempo. Além disso, outros agentes de educação não estruturada, como a mídia, dificilmente são capazes de promover senso de auto-responsabilidade e compromisso com a própria sexualidade.
Ao contrário do que se possa pensar, avaliações de programas de educação sexual em vários países confirmam o adiamento do início da vivência sexual e aumento do uso do preservativo para quem tem vida sexual ativa. Ignorar informações e conhecimentos sobre a sexualidade não impedem a manifestação pulsional - a energia forte e mobilizadora que impulsiona o ser em direção ao mundo das relações - mas deixa o sujeito ainda mais vulnerável.
Pesquisas demonstram que o professor considera importante trabalhar com a educação para a sexualidade, mas por que a maior parte deles se distancia da abordagem desse tema? Por que o assunto ainda não é trabalhado transversalmente, permeando todas as disciplinas do currículo escolar? Por que o silêncio de muitos professores ainda se perpetua diante de situações como o abuso sexual? 
O abuso sexual é uma das formas de violência praticada contra crianças e adolescentes, e em sua maioria, acontece dentro do ambiente familiar e sua etiologia envolve, entre outros fatores, problemas relacionados ao desenvolvimento da sexualidade e à complexa dinâmica familiar.
A formação deficiente é um dos grandes entraves do professor para lidar com esta e outras questões que envolvem a sexualidade. A dificuldade em lidar com a educação sexual indica ainda um obstáculo pessoal, comum a todo ser humano, em lidar com a intensidade da força pulsional, que muitas vezes atua em discordância com o racional.
A formação continuada em sexualidade implica não só na aquisição de conhecimentos e informações, mas engloba o trabalho com a própria sexualidade. Possibilita uma ampliação da capacidade de pensar e refletir, rever posturas e condutas, tabus e preconceitos. Favorece o reconhecimento de comportamentos e sintomas, em crianças e adolescentes, que possam indicar problemas relacionados à sexualidade ou experiências de violência, como o abuso sexual.
O conhecimento técnico em sexualidade é mediador imprescindível para o trabalho como educador sexual, mas é somente mediador. A maior busca deve ser aquela que nos distancia efetivamente da ignorância, ou seja, do desconhecimento de nós mesmos.
Michelle Diniz da Mata _Psicóloga PAS-CRESST _ Educadora Sexual

Um comentário:

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