28 de mar. de 2011

Índios em Divinópolis


 

Em nossa cidade muito se fala sobre Candidés. Mas quem era ele? O Candidés, que a gente fala e que dá nome à Praça, Medalha, TV, Supermercado, etc, aqui em Divinópolis, na verdade,   não era índio . 

Mas ficou com esse apelido por ter convivido com a Tribo de índios dos Candidés.
“Diz   a   lenda   que  viera , como  criminoso ,   de   Barbacena , escondendo-se aqui entre os índios   "cadidé"  que ,  certamente,  lhe emprestaram o apelido Candidé.

 

Segundo o pesquisador Flávio Flora, os índios que habitavam essa região eram pacíficos, da Nação Caipó, da Tribo Candidez. Pelos idos de 1785 foram expulsos de nossa terra, pelos Bandeirantes e partiram em direção à Floresta Amazônica (Alto Xingu). Ficaram conhecidos como Candidés, possivelmente por causa  da cor bem clara da pele, uma vez que viviam à sombra das árvores e também por terem a cabeça raspada.

 

Os Candidés ou Candidé eram uma tribo da Nação Caiapó do Sul, do ramo Gê , língua Cran.


 

VESTÍGIOS

Em Divinópolis, de 1989 a 1998, o jornalista Flávio Flora, com o apoio da Câmara Municipal, realizou pesquisa arqueológica em busca de vestígios desses índios. Encontrou locais onde existiram aldeias com restos de objetos cerâmicos, pequenas vasilhas, grandes vasos, bolotas de argila cozida, resíduos de barro virgem apenas amassados, esticadores de orelhas de pedra polida, colares etc. Ainda encontrando alguns descendentes de uma índia “pega no laço” nos idos de 1840-45, na região da Serra dos Caetanos, chamada de Pacheca, da qual originou família numerosa na região de Córrego Falso/Djalma Dutra.
Um fato que tem merecido a atenção dos pesquisadores é que o estilo da cerâmica encontrada na região de Divinópolis (Costas, Serra das Flechas (no perímetro urbano), Olaria, Serra Negra, Cacoco, Quarenta e Oito, Sete Lagoas, Buritis etc.) são semelhantes às encontradas em outros pontos do Alto Sâo Francisco, como em Cajuru, Salgados, Leandro Ferreira, Perdigão, Itapecerica, Araxá (Perdizes) e Abaeté (recentemente). Isso evidencia que estes caiapó-canditeá “vadeavam” não somente pelos “confins” do Vale do Itapecerica, mas, como comprovam os vestígios, por todo o centro-oeste aquém e além das cabeceiras do São Francisco.

                                Fonte: Revista A PROVA, Maio de 2002


Outras citações sobre os Indios Candidés encontradas:

Na revista carioca “Cultura e Trabalho”, de fevereiro de 1928, o deputado Nelson de Senna publicou sua resenha etnográfica sobre os “Principais povos selvagens que tiveram seu habitat em território das Minas Gerais, onde se destaca o verbete: 


CANDIDÉS. Índios do Vale do Itapecerica, no oeste mineiro , cujo nome se conserva num lugar perto de Divinópolis.”
 (RAPM Ano XXV, 1º Vol., 1937, p.340).

Outro mestre da etnografia brasileira, filólogo Laudelino Freire (1939), também incluiu em seu Dicionário uma referência aos índios do Vale do Itapecerica.

“Candidés. s. m. pl. Indígenas brasileiros que habitavam o vale do Itapecerica, em Minas Gerais."
(Dicionário da Língua Portug u e s a .   Tomo   XI ,   Vol . II ,   p1.205)

O  p r o f e s s o r   J o s é  Di a s   L a r a, em sua obra “Divinópolis com Amor e Humor” (Gráfica Sidil, 1987), citando antigo ementário, adotou essa lenda de Christovan Teixeira e alguns elementos  fornecidos   por  Pedro X. Gontijo , acrescentando-lhe informação histórica, segundo a qual o turista espanhol Pero Gonçalo do Amaranto e o  c o m e r c i a n t e   E s t á c i o   C a m p o s   de Borgonha, com outras setenta a oitenta pessoas, fugiram de Ouro Preto para Pitangui, em 1720, cruzando com os índios Candidés nas proximidades da barra do Itapecerica com o Pará:

... Foi então que se puseram em contato com os índios Candidés, que habitavam uma aldeola localizada à margem esquerda do rio Itapecerica, a cerca de dois quilôme t r o s ,  pouco  ma i s ,  de  no s s a cidade, numa gruta a que chamavam Itaberá (...) a Gruta do Cristal, localizada nas imediações do ‘Cemitério  dos  Vivos ’ onde   até bem pouco tempo se encontravam vestígios da antiga tribo indígena ...”

Um comentário:

  1. porque a imprenca nao divulga essa histori mais a fundo sou fa da nossa historia

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